Essa noite o céu rachou em dois. Em cima da minha cabeça, um infinito cobertor negro, sem lua e nenhuma outra companha visível. Sob meus pés, a terra se estendia e rolava para baixo do mirante, a sua peculiar galáxia surpreendia com a união dos sois e das luas. Essas que roubam a cena, finalmente dividindo o mesmo espetáculo em igualdade. E tendo eu e as reluzentes estrelas do chão como plateia.
No horizonte, os grandes opostos se encontraram, e deram as
mãos. Juntos seguiram pela fronteira do visível, como rios de diferentes
densidades que não se misturam, mas são, naquele momento, indissociáveis. Como
irmãos. Como amantes. Cada um único com a sua própria complexidade, peculiaridade
e imperfeições naturais ou tecnológicas, porém inegavelmente mais belos juntos.