Em alguns dias, parece que é impossível respirar. Parece que o mundo decidiu sentar em cima do peito, sem que nenhum ar possa entrar. Agora há outros que é exatamente o contrário.
Meus pulmões estão cheios.
Transbordando.
Como um refrigerante sob o sol no sertão da nordestino. A uma brecha de explodir. As partículas do gás se agitam e se chocam. Inquietas, os esbarrões são mais frenéticos, os espaço cada vez parece pequeno para tanta energia.
A ponto que a única coisa a se fazer é descomprimir esse ar. E assim, ao relaxar o peito, abrir a boca, todo o ar se impulsiona violentamente para cima. Louco. Feroz e "livre".
A ponto que a única coisa a se fazer é descomprimir esse ar. E assim, ao relaxar o peito, abrir a boca, todo o ar se impulsiona violentamente para cima. Louco. Feroz e "livre".
Eu grito.Até meus tanques de ar se esvaziem. Até que as cordas arranhem e arrebentem. Esse violino não foi feito tirar as mais belas melodias. Deixo o vapor da lava que borbulha no sangue saia pela minha boca. E descomprima todo o estresse cotidiano, vindo da opressão dessa sociedade rígida patriarcal, hétero, cis e branca. Que faça, ao menos todo amontoado de merda que ela tacou em mim, ao longo dos anos, acumulado em meus pés, mais tolerável.
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