What's my age again?

18/05/2014
           
  
 De certa forma eu não vi o tempo passar. Minha infância passou como um raio, minha adolescência também, porém a ficha tudo isso é apenas memória  ainda custa para cair. Estou com os tão sonhados dezoito anos e me decepcionei com a fantasia que criei.
  
  Pensei que viveria uma certa liberdade. Eu sairia na hora que eu quisesse para ver meus amigos e ficaríamos até o amanhecer conversando, rindo ou simplesmente fazendo nada.Pensei que estaria correndo atrás dos meus sonhos e que os mesmos estariam concretizados na minha cabeça e tendo o pontapé  inicial na realidade. 

Pensei,na minha santa ingenuidade, que pegaria o carro  sozinha e sairia por aí. Sem rumo. Ao som de músicas dos anos 80.  Além disso, eu contaria com a sorte de sair em um belo  dia ensolarado pelas estradas esburacadas de Minas. Em um sinal claro da concessão da bênção dos Deuses, em que eles finalmente me agraciaram com a doce e desejada liberdade.

Maaas como diz minha ilustre e amada avó "Não é assim que a banda toca." Não sou um terço da pessoa planejei ser.
Meus sonhos estão cada vez mais distantes. 

Só para você ter uma noção ainda preciso do aval do meu pai para fazer planos. Meu grupo de amigos é mais restrito que o grupo de maçonaria e tenho certeza que a roda da fortuna está à meu favor quando eu os vejo à cada dois meses.
Sequer posso dirigir sozinha. Pelo fato de apesar da carteira de motorista estar em minhas mãos, e ser a personificação da prudência no trânsito ainda necessito da aprovação no TPD. Ou seja, Teste Paterno de Direção.


Não posso nem começar à falar de futuro. "O que você quer ser quando crescer?" essa pergunta se equipara a frase famosa de um filme de terror "You will die in seven days.". Perdoe a evasão da minha frustração,mas minha vontade é de responder um alto e sonoro " EU NÃO SEI,PORRA! Eu não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe! lalalala".

Sei que parece besteira,no entanto porquê nós nos limitamos a ser apenas uma coisa? Quero ter a síndrome de Da Vinci e ser cientista, médica, socióloga,psicóloga, inventora, escritora, musicista, sei lá! O diabo à quatro!

A cada dia que passa o peso da vida cresce sobre meus ombros. O medo abrasador de encarar a realidade de frente. Ter que superar os meus limites e da sociedade em que vivo. Sendo bem franca, creio que o meu ingresso na vida adulta tem uma pitada de covardia, duas colheres de sopa, bem cheias, de determinação e uma xícara de chá de paciência. Creio que é saber que apesar da insegurança temos que continuar seguindo em frente. Dando um passo de cada vez,e não desistir quando somos forçados a dar dez passos para trás.

Meu pai, recentemente, lembrou-me de um sonho, o qual por medo de não concretizá-lo guardei no fundo da memória. Meu sonho era de fazer algo capaz de mudar o mundo. Besta, não é? Eu uma garotinha qualquer querendo mudar o mundo. Só faltou o Pinky e o Cérebro para me fazer companhia e tentarmos mudar o mundo toda vez que o sol se pôr.

Contudo, li algo que me reacendeu a esperança perdida. Eu li uma citação do cara que mudou o mundo da garagem dos pais. Steve Jobs disse :“Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os que são peças redondas nos buracos quadrados. Os que vêem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana para frente. Enquanto alguns os veem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são as que, de fato, mudam.”.

Pode ser pura ingenuidade minha ser movida por um comercial, porém é o que mexeu comigo. Saber que apesar de não me encaixar em lugar nenhum, não ver o mundo de uma forma regular não é impossível alcançar meus sonhos. Talvez eu encontre meu norte e seja sucedida no que eu fizer, se eu colocar meu corpo e alma. Talvez eu consiga mudar alguma coisa. Algo inovador que ninguém nunca pensou antes. Fazer algo grande apesar das chances serem minimas, se for para para pensar sequer fui  aprovada no TPD, como podem esperar algo de mim? Porém acredito que minha impotência atual extinguirá com o passar dos anos e conseguirei atingir meus objetivos.Quem sabe eu consiga mudar o mundo? Afinal, sou louca o suficiente ao achar que posso. 





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