A carta

11/12/2012

(What's up, eu escrevi essa carta em novembro depois da prova do Enem, á mão.Eu estava me sentindo muito atormentada pelos meus sentimentos que eu lutei arduamente para domá-los. Mas, a única maneira que encontrei paz, naquela noite, foi escrevendo para um confidente meio distante de mim. E hoje me senti dentro do olho do furacão novamente, portanto esta aí; A carta)


                                 De certo mundo perdido, do universo paralelo, 04 de novembro de 2012
 Honey,
 Sei que há muito tempo eu não te escrevo, mas ao reler o trecho mais sonhador e doce do livro ‘Ana e Pedro- Cartas’’ que não resisti ao ímpeto de escrever mais uma carta que você não vai ler.

  Por mais idiota que isso pareça, tem sido difícil desde que desisti de você. Sem conselhos sábios, conversas que duram mais de doze horas, sobre peixes, dogmas e a vida. Engraçado que parece que desde que paramos de conversas tenho tido tantas conjecturas e ninguém para partilhá-las. A única pessoa que tinha paciência suficiente para me ouvir falar sobre as teorias da conspiração que minha mente cria era você.
Me sinto meio perdida desde..hm,você sabe, você era meu Batman sumido, meu cavalheiro das trevas,meu coisa, meu só meu. Isso soa extremamente infantil, egoísta e possessivo, mas era assim como eu me sentia. Era como se tivéssemos uma conexão extracorpórea e nós não precisaríamos vitalmente nos olhar ou nos tocar por que o que sentíamos era algo maior. Hoje nada disso permanece, e se permanece não é de meu conhecimento, ganho muitas vezes uma mensagem indiferente ou as vezes (na maioria alias) o vácuo da resposta de algo que eu disse e a imagem de repulsa em sua face me assombra como a história do corvo ou palhaços assassinos.
 Isso está confuso, né?! Eu não planejei nada disso, escrever essa carta domingo a noite depois de noventa questões e a redação do ENEM, não planejei conversar com o ex-melhor amigo da minha melhor amiga, nem mesmo me apegar a ele ao ponto de poder nomear como um vicio, ou mesmo esperar que ele me roubasse um beijo no cinema, e eu com toda certeza do mundo não planejei me apaixonar por ele. Acho que estou precisando planejar minha vida.

Li no meu Facebook a mensagem que você me mandou há um bom tempo; ‘Já trocamos mais cutuques do que palavras’. Odeio, e como odeio dizer que, atualmente, é a única coisa que trocamos e sinceramente eu não vou parar. Eu não quero parar. Por que aparentemente esse é o nosso único vinculo e por mais que eu nunca diga isso, e nunca direi, tenho medo que ao pararmos você sumirá completamente da minha vida, em passos rápidos numa rua de mão única. Tenho que confessar que a culpa é minha, eu não permiti que criasse raízes, não deixei que pudéssemos ter uma base sólida. Eu podei quando não era necessário, então não sei porque estou reclamando agora, afinal tinha consciência das consequências dos meus atos.

 Te chamo daquele apelido que você odeia, porque li em um livro quando eu estava na sexta série que chama ”Ana e Pedro- Cartas”, como já mencionei antes. A história é assim, uma amiga em comum fala do Pedro para Ana dá o endereço dele pra ela e ela manda uma carta para ele, e desse modo gerou um círculo vicioso, de escrever cartas,mandar cartas e receber cartas. Nem preciso dizer que eles se apaixonaram passaram a se gostar pelo o que eles escreviam, apesar das brigas, discussões, tristezas, problemas e a distância. Acontece que nós não trocávamos trocamos cartas e sim mensagens instantâneas. Mas, acho que nessa história você parece mais Ana e eu pareço mais Pedro. A Ana T. ela é pé no chão, desconfiada, curiosa, racional e acho que gosta de peixes. Já o Pedro/Pierre/Peter/Petrus é romântico, filósofo artista, ama escrever e ler. Creio que tentei deixar você mais Pedro e pode ter certeza que você me deixou mais Ana.

Acho que está na hora da despedida, bem longa. Não escrevi duas páginas, à mão, apenas para matar a saudade de você, eu tenho um interesse maior.Me despedir. No dia quatro de novembro a gente se conheceu e no dia quatro de novembro eu me despeço. Amei você loucamente, mesmo que isso pareça um absurdo  pra você, é verdade.Necessitei de você como um peixe precisa de água. Contudo, meu aquário não teve manutenção, a água envelheceu, ficou demasiadamente ácida que nem mesmo algas conseguiram sobreviver lá. Morri um pouco ao escrever esse testamento essa carta e morro mais um pouco ao escrever; adeus. Espero do fundo do meu imo que você encontre alguém tão perfeito pra você que por um segundo você acredite em magia e em Deus. Espero que mostre aos que duvidaram da sua capacidade de ser bem sucedido como biólogo que eles estavam tremendamente errados. Espero que você ame alguém assim como amei você.
                               Um abraço,
                                                   ..........

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