Perdida, vagueio pelas ruas ansiando encontrar o meu norte. Meus pensamentos incertos assim como a minha posição no mapa, não ajudam possível retorno ao meu lar.
Os edifícios crescem rasgando o céu, criando um teto em um ambiente aberto. As árvores derreteram, assim como os relógios de Salvador Dalí em a “Persistência da memória”, dando lugar ao concreto frio, asfalto, e automóveis barulhentos. As pessoas se tornaram o vento, passando por mim rapidamente, criando brechas para que eu me locomova no espaço limitado. Tudo aparenta um vazio quando a ausência de algo é a única coisa que não existe nesse lugar.
Continuo a caminhar andando para lugares familiares sem de certo encontrar o qual pertenço. Tudo é um fragmento de um tempo na história que se criou, e as ruínas do que está por vir,
Meus olhos ardem antecipando o choro que está a caminho. O vazio presente na cidade começa se incorporar dentro da minha alma. Pergunto há um senhor “Moço como volto para o passado?”, ele com sua barba cheia e olhos de sabedoria diz; “O passado é como um trem que parte da estação e no meio do caminho descarrilha e por teimosia decide viver sozinho sem previsão nenhuma de voltar.”
Então olhei para os lados e sem pensar muito continuei a andar. Caminhando em direção ao futuro enquanto esperava que no meio do caminho eu encontrasse os trilhos que me levaria ao passado.
Fotografia e textos: Nana B.
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